O Segundo Reinado brasileiro (1840-1889): a Política Interna

O SEGUNDO REINADO BRASILEIRO (1840-1889): A POLÍTICA INTERNA

– O Reinado de D. Pedro II. Durou 49 anos;

– São muitos os aspectos importantes que envolveram este período. A expansão das lavouras cafeeiras foi o elemento mais importante neste processo. Ajudou na recuperação da economia brasileira, que vinha sofrendo forte deterioração desde a Independência do Brasil, além de fundamentar e prorrogar a estada de D. Pedro II frente ao governo brasileiro.

– Agora com mais recursos financeiros disponíveis, as Revoltas que assolaram o país principalmente no período Regencial puderam ser sufocadas com mais eficiência garantindo a unidade territorial e o controle absoluto da classe dominante agrária sobre todo o país.

– A partir de 1950 o Brasil passou a apresentar as seguintes características: passividade, tranqüilidade, progresso econômico, eleições periódicas.

1840 – 1855: CONSOLIDAÇÃO DO IMPÉRIO – Período em que foram criados os principais mecanismos político-administrativos que nortearam a Monarquia brasileira até seu término em 1889.

CONSOLIDAÇÃO DO IMPÉRIO:

– 1840: D. Pedro nomeou seu primeiro ministério formado por liberais maioristas (Os liberais maioristas foram aqueles que estiveram à frente do Golpe da Maioridade que garantiu D. Pedro II no poder com apenas 15 anos).

– Outro Fator Importante: anistia dos envolvidos nas revoltas do Período Regencial;

– Novas Eleições: chamadas “eleições do cacete” devido à violência das autoridades contra os eleitores;

1841: D. Pedro II demitiu esse ministério e formou um novo com membros do Partido Conservador;

– As medidas tomadas pelos Conservadores: visou fortalecer seu próprio poder, obter o controle da elite rural sobre o governo. Completou-se, neste período, a reforma do CÓDIGO DO PROCESSO CRIMINAL – tornando mais duras as penalidades contra a subversão política; restabeleceu o Conselho de Estado, dobrou-se a renda exigida para ser eleitor e criou-se o cargo de Chefe de Polícia (forma de manter o controle rígido de toda a organização policial do país);

REBELIÕES LIBERAIS DE 1842

– Em São Paulo as Rebeliões Liberais começaram em maio na cidade de Sorocaba, liderada pelo ex-regente Diogo Feijó e pelo brigadeiro Tobias de Aguiar;

-Em Minas Gerais, o movimento iniciou-se em junho na cidade de Barbacena, chefiado por Teófiolo Otoni e José Feliciano Coelho da Cunha.

– Para sufocar as revoltas foram enviadas topas da Guarda Nacional e do Exército, sob o comando do general Luís Alves de Lima e Silva, Barão de Caxias (mais tarde elevado à dignidade de Duque de Caxias);

– Nas duas províncias os Rebeldes foram derrotados e seus líderes presos e condenados a longas penas. Em 1844, D. Pedro II chamou os liberais de volta ao poder, no qual permaneceram por quatro anos. Todos os envolvidos na Revolta de 1842 foram anistiados.

A REVOLUÇÃO PRAIEIRA

– 1848: após quatro anos no poder o Partido Liberal estava corroído por cisões e desgastado em termos políticos. Nos últimos dias de setembro de 1848, D. Pedro II afastou os liberais e entregou os principais cargos do governo a um Gabinete Conservador, que governou até 1853.

– Em Novembro de 1848, iniciou-se em Pernambuco a última Revolta do Império: A REVOLUÇÃO PRAIEIRA;

– A queda dos liberais foi apenas o estopim da revolta. Injustiça social e exploração econômica de Pernambuco foram os principais aspectos que envolveram esta Revolta. A maior parte das terras cultiváveis pertencia à Família Cavalcante. O poder desta família era tão grande que entre a população circulava uma pequena canção com os seguintes dizeres:

“Quem viver em Pernambuco

Deve estar desenganado

Que ou há de ser Cavalcanti

Ou há de ser cavalgado”

– As idéias republicanas e revolucionárias já faziam parte do cotidiano Pernambucano desde a Revolução de 1817 e da Confederação do Equador. Diversos jornais também faziam propaganda das idéias republicanas e até mesmo de idéias socialistas motivados e inspirados, provavelmente, pela revolução de 1848, na França.

– O sentimento antilusitano era muito forte em Pernambuco, onde o comércio estava praticamente dominado pelos portugueses.

– O Senado, controlado pelo Partido Conservador, anulou a indicação de Antônio Chichorro da Gama, liberal pernambucano, para uma cadeira de senador;

– Os Praieiros – assim apelidados Liberais Exaltados em Pernambuco – revoltaram-se!!!

– O PROGRAMA DA REVOLUÇÃO PRAIEIRA: Proclamação da República; nacionalização do comércio; garantia de trabalho; voto universal; liberdade de imprensa; reformas socioeconômicas;

– Os revoltosos ocuparam Olinda em fevereiro de 1849, atacaram Recife, onde foram derrotados pelas tropas governamentais, após violentos combates travados nas ruas da cidade;

– Depois do insucesso dos combates na cidade, os revoltosos partiram rumo ao interior onde contaram com o apoio de muitos sertanejos. A Revolução Praieira fracassou em menos de um ano. O fracasso se deu por traição de vários líderes rebeldes e pela extrema violência da repressão governamental.

– A PACIFICAÇÃO: a partir de 1850 a ordem e a passividade triunfaram. Uma implacável repressão havia tirado de combate aqueles que criticavam o governo. Estes tinham sido presos, exilados ou fuzilados.

CRISE ECONÔMICA CHEGA AO FIM

–  Um dos elementos mais importantes na pacificação foi o uso de forças militares e policiais.

– Graças ao café a crise econômica foi superada e os Estados, finalmente, dispunham de recursos bélicos e financeiros para impor sua autoridade sobre todo o país;

– O sucesso da cafeicultura no país foi o acontecimento mais importante do século XIX no Brasil. Com a melhora da economia o governo se fortalecia assim como a elite agrária. Mas não podemos esquecer que as lutas políticas entre liberais e conservadores tornaram-se mais fortes e evidentes neste período. Partidos se dividiram, lutas pessoais ocorreram. Também foi um período de muitas disputas no interior do governo.

– Uma solução para amenizar as brigas internas foi a adoção do PARLAMENTARISMO: sistema copiado da Inglaterra e adaptado às necessidades e interesses da elite agrária que governava o país;

– Adotado no país desde 1847, o PARLAMENTARISMO acalmou as divergências entre as várias facções da classe dominante e contribuiu poderosamente para a pacificação.

PARLAMENTARISMO NO SEGUNDO REINADO

– A principal característica do Parlamentarismo é a grande importância atribuída ao Poder Legislativo. O Parlamento elabora as leis e fiscaliza de perto as pessoas encarregadas de executá-las, ou seja, o Poder Executivo (o Governo). O Poder Executivo é exercido pelo PRIMEIRO-MINISTRO, escolhido pelo CHEFE DE ESTADO entre os políticos mais importantes do partido vencedor das eleições;

– O CHEFE DE ESTADO, numa REPÚBLICA, é o PRESIDENTE; numa MONARQUIA, o Rei ou o Imperador;

– O PRIMEIRO-MINISTRO nomeia os demais ministros, formando, assim, o MINISTÉRIO ou GABINETE. Em seguida o PRIMEIRO-MINISTRO solicita ao PARLAMENTO um voto de confiança. Se for concedido, o GABINETE começa a governar. Se for negado o GABINETE deverá renunciar.

– No Brasil o Parlamentarismo foi adotado por etapas. O nosso Parlamentarismo se diferencia do Europeu, devido à existência do Poder Moderador. Assim, três poderes atuavam diretamente sobre o sistema:

* Poder Moderador – exercido pelo Imperador;

* Poder Executivo – exercido pelo Gabinete;

* Poder Legislativo – exercido pela Câmara de Deputados;

– Para as elites, esse sistema foi uma grande solução. Com o Parlamentarismo as disputas internas as classe dominante podiam se resolver no âmbito estrito das discussões parlamentares e da trocas de gabinetes. Isso diminuía as necessidades de uma Revolta como forma de pressão política.

19 comentários em “O Segundo Reinado brasileiro (1840-1889): a Política Interna

  1. Olá Gustavo. Você pode iniciar as atividades do caderno de exercícios do Anglo sobre as duas primeiras temáticas apontadas aqui. Nesta semana vou postar umas perguntas específicas. Umas duas ou três no máximo. Qualquer coisa volte a me escrever.

  2. Olá Jackson:

    O papel da Guarda Nacional foi bastante específico, Tendo sido uma força paramilitar organizada no período regencial ela passou a atuar na proteção dos membros do Estado. Se observarmos quem eram estes membros podemos concluir que o setor ruralista se privilegiava desta proteção. O nome “Guarda Nacional” é muito maior do que foi a atuação de seus membros. Sabemos que, ao longo do século XIX, foram muitos os soldados estrangeiros e, principalmente, os soldados mercenários. Entretanto históricamente, desde sua fundação em 1831, teria as seguintes funções: defender a Constituição, a liberdade, a independência e a integridade do Império, mantendo a obediência às leis, conservando a ordem e a tranquilidade pública. É interessante porque esta história faz parte da História do Exército Brasileiro. Foram muitas as mudanças e oscilações até a famosa Guerra do Paraguai.

    Deixo aqui um link do UOL Educação para que você possa consultar também.

    http://educacao.uol.com.br/historia-brasil/guarda-nacional-milicia-contribuiu-para-consolidar-a-ordem-politica.jhtm

    Um grande abraço.

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